Uma gestão que afirma ser para todos mas exclui os animais, seres vivos completamente dependentes dos cuidados e respeito humanos, não merece ser aplaudida, elogiada e muito menos mencionada como um bom exemplo. Torna-se absurdo pensar que certos funcionários do poder legislativo criem projetos macabros e chefe de poder executivo aprove, concorde e execute atos de maus tratos e extermínio.
Há muito tempo que o mundo vivencia períodos de crueldade entre os homens. As guerras são os maiores exemplos, mas há bem pouco tempo, em um período difícil como o de uma pandemia, atitudes grotescas e egoístas como de comerciantes que aumentaram os preços dos alimentos, máscaras, álcool em gel e luvas nos chamam à atenção para atitudes que não ouso chamar de primitivas porque até entre os seres irracionais existe proteção e cuidado entre eles. O que existe em gestos assim é a prevalência do lado sombrio que por escolha e decisão livre homens e mulheres assumem em suas vidas.
Um projeto de lei que objetifica animais em situações de ruas, tratando-os como seres dispensáveis, sem valor, que podem ser leiloados ou assassinados por decisão da Administração Pública é consequência da falta de estudos de membros da gestão que não possuem clareza sobre que é Política, a ciência que orienta, organiza e define a vida em sociedade. São gestores públicos que não sabem quais as funções de seus cargos, que não sabem o tamanho da responsabilidade que sua atuação exerce na vida de todos. Um legislativo e executivo perdidos em acordos pessoais, interesseiros e egoístas que utilizam a máquina publica para satisfazer seus anseios mais particulares, vis e porquê não cruéis.
Em pleno século XXI ver uma lei com conteúdo tão tenebroso e sem humanidade ser sancionado nos evidencia uma faceta triste e assustadora do nosso sistema político. Estamos muito, mas muito distantes de compreender o que é cidadania e de alcançar a qualidade de um país politizado e digno de se viver. Histórias como essas não devem ser esquecidas, silenciadas ou negligenciadas. Infelizmente esses péssimos exemplos devem nos impulsionar a seguir adiante, a escolher não mais se omitir, porque o silêncio dos bons fortalece os maus.
Fingir que esse assunto não me diz respeito é força motriz para o mau que existe no coração de homens e mulheres que agem como deuses e que assumem cargos importantes que atingem a vida de todos, até dos seres indefesos como os animais. Fazer política é sim decidir sobre vida e morte. Esses políticos, que nem merecem ser chamados assim, infelizmente chegaram lá a partir de um voto. Um voto inconsciente, um voto negligenciado que naquele 02 de outubro parecia tão sem importância, mas que agora nos cobra um alto preço. O preço da vida de animais, seres de luz, que não merecem ser vítimas duplamente de maus tratos, primeiro o abandono, e segundo o assassinato.
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