NAS COPAS
Índice de acerto de pênaltis até 2018:
- Disputa de pênaltis: 70%
- Quando se perder, acaba: 42%
- Quando se fizer, acaba: 95%
Mas ainda que Marquinhos superasse a estatística e marcasse o gol, a vaga dificilmente mudaria de mão. Bastava o quinto cobrador croata acertar a cobrança que nunca aconteceu. Os dados coletados em jogos de Mundiais mostram que nas 19 vezes que um jogador precisou bater um pênalti para classificar ou dar um título a seu time, 18 vezes a bola entrou no gol antes da celebração. A grosso modo, seguindo esses dados, o batedor croata teria 95% de probabilidade de vencer Alisson, o goleiro brasileiro. A explicação é científica:
— Quando o jogador acumula um nível muito alto de energia de ativação, ou seja, o aumento da ansiedade, tende a acontecer uma queda da concentração e um prejuízo nas ações neuromotoras. Portanto, quando você está sob um forte impacto emocional, existe uma tendência da gente não reproduzir movimentos que a gente treinou em condições normais. Esses desvios podem ser cruciais em momentos decisivos para o acerto e para o erro — explica João Ricardo Cozac, psicólogo do esporte.Nas três primeiras disputas de pênalti na Copa de 2022, a tendência se mostrou certo. Em Japão x Croácia, pelas oitavas de final, o japonês Yoshida desperdiçou a primeira cobrança na situação de "se perder acabou". Em Espanha x Marrocos, a cavadinha certeira do marroquino Hakimi foi na situação mais confortável, de que fizesse, a fatura estaria liquidada.
A exceção foi em Argentina x Holanda, onde o "efeito Baggio" não deu as caras. Weghorst e de Jong acertaram as cobrança quando poderiam errar e dar adeus, e Enzo Fernández, o jovem argentino, errou quando podia decidir a vaga. Coube a Lautaro Martínez cobrar a quinta e última cobrança para os argentinos.
É muito triste ver essas cenas mais uma vez.
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