NA PONTA DO LÁPIS
Há muito tempo atrás ouvi de um amigo que o ato de escrever normalmente esvazia a alma. Desde então reconheci que a minha sempre andava cheia e por isso necessitava escrever aonde fosse possível, ainda que fosse em diários, cadernos ou rascunhos de papéis. Ou seja, tudo o que me oferecesse o devido espaço para o esvaziamento das ideias e melhor compreensão das mesmas.
Receber então o convite para ser colunista dessa revista eletrônica não só me encheu de alegria como percebi a responsabilidade que assumiria ao publicar em um meio tão grande e importante, cuja repercussão jamais conseguiria ter a real dimensão. Não poderei ser inocente nem imatura nesse espaço, onde minha voz será ouvida principalmente pelos olhares mais atentos, que encontrarão nas entrelinhas, a verdade do meu coração. É grande a responsabilidade em adentrar o espaço privado da mente e do raciocínio dos leitores. É um compromisso que assumo com zelo e cuidado. Pois sei que ao escrever minhas opiniões poderei ser conduzida para algum lado, ainda que inconscientemente não seja minha intenção. Que esta escrita então não seja pesada. Pois no fardo normalmente encontramos a intransigência e polaridade, e não é esse o meu intuito, nem papel. A mim cabe tão somente fomentar a reflexão e o diálogo.
Desejo ser a instigadora de pensamentos e também aquela que deixa uma nuvem de ideias pairando no ar. Como é gostosa a sensação de terminar uma leitura e sentir-se nas nuvens, tirando suas próprias conclusões, sem raiva ou ressentimento. É certo que ao escrever corro vários riscos, principalmente a de ser, continuamente, mal interpretada. Sei disso porque antes de ser escritora, sou leitora. E quando leio trago comigo o meu espírito. Por vezes ele está agitado e impaciente. Outras vezes, mais calmo e lúcido. E à medida que muda sua cor, ele muda também a maneira como acolhe e recebe as críticas e opiniões alheias.
O que me impede de cometer injustiças é que frequentemente releio o que porventura não entendi direito. E a cada nova leitura, novas descobertas. Por fim, é isto que desejo à você, caríssimo novo amigo e leitor, que os meus versos e frases não lhe aflijam, nem lhe perturbe, mas com certeza que mexa em você e lhes provoque algo novo, ainda que seja, um sutil e leve suspiro.
Com carinho e saudações, sua amiga escritora, Paula Dantas.
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