O presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta quinta-feira o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó. A visita a Brasília do líder da oposição venezuelana, reconhecido pelo Governo brasileiro como presidente interino do país, ocorre em meio a divergências sobre papel do Brasil na crise no território vizinho. Após a reunião com Bolsonaro, Juan Guaidó se reúne com um grupo de deputados brasileiros no salão verde da Câmara e, na sequência, com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não o receberá. A situação política venezuelana permanece tensa e cresce a pressão internacional para que o presidente venezuelano Nicolás Maduro renuncie ao seu mandato.Guaidó citou ainda a produção da petroleira nacional PDVSA como um indicador dos problemas do país. “Produzia 3 milhões de barris de petróleo e agora menos de um milhão, quase 600.000 na verdade”. Para resgatar a indústria “é preciso resgatar a democracia e os direitos humanos, e o Estado de direito, e isso beneficia a nosso país irmão [o Brasil]”. Isso permite o resgate da fronteira, diz ele. Segundo ele, esta aproximação com o Brasil “marca um rito novo de uma região que quer democracia”, disse ele. “Presidente, obrigada pelo entendimento de que uma região forte gera uma economia forte”. É preciso defender as instituições em todos os países, alertou. “Há 300 mil venezuelanos em risco de morte e outros 3 milhões em risco sanitário na Venezuela”, completou. Para ele, “não há um dilema entre guerra e paz na Venezuela, nem sobre uma ideologia ou outra. Mas é entre democracia e ditadura, entre a miséria e fome, ou regressar ao futuro da prosperidade”. Não há dilema, mas “nao podemos viver em paz quando massacram indígenas e aborígenes, em Santa Helena de Uairén, na fronteira com Roraima, ou quando negam eleições livres”, diz ele.Ele mencionou também o ataque aos direitos humanos, o desmonte do Estado de Direito e o ataque ao setor privado venezuelano como fatores que empobreceram seu país. “Resgatar uma relação positiva traz benefício à região e à nossa gente”, afirmou Guaidó. A exigência muito clara do povo venezuelano: viver em paz, encontrar alimentos e emprego e não atravessar a fronteira”, afirmou.Guaidó disse que a sua visita marcava um novo momento de relações entre os dois países. Ele lembrou que o comércio entre os dois países já alcançou 6 bilhões de dólares, e hoje não passa de 200 milhões de dólares. “Isso empobreceu nossa gente, e gerou a corrupção desatada na Venezuela”, afirmou o presidente interino daquele país, nomeado pela Assembleia Legislativa Nacional.
Revista Premiada. Edição: Kadu Rocha.
Comentários
Postar um comentário