Ele caminha solitário. Surge sozinho em seu carro. Microfone na mão. Passos ligeiros, porém firmes como o chapéu de couro, símbolo que traduz a coragem de seu coração. Pele Negra, corpo esguio. Coração acelerado, desejoso de encontrar, dar abraço e apertar a mão. Ninguém conhece a sua história, olham de relance, com alguma suspeita e rejeição. Ele deseja um bom dia e entrega algo em suas mãos. Um panfleto, um número e uma frase: “Educação pelo esporte” é o que diz. Desejoso de ser acolhido, não implora, mas pede. Pede um voto de confiança. Fala de seus projetos e idéias, mesmo quando a timidez e o tempo corrido o impeçam de sentar e prosear. “Ele parece estar sozinho. Não é não?” Alguém gentilmente tira uma foto. Quando chegar em casa ele a editará. Fará sua propaganda, seu trajeto, seu roteiro e suas preces. Os “amigos” desapareceram quando viram que do seu bolso saíam flores apenas. A vida não lhe ofereceu muitas chances. O esporte sim, o retirou da margem, do pe...
A revista eletrônica mais lida no mundo! Tradução em todos os idiomas.